Estava
assistindo Across The Universe, sobre as músicas dos Beatles. O filme sempre me
comove, pois é uma parte da minha vida que acreditei que poderia mudar o mundo,
mas não mudá-lo por que eu sou bom, mas mudá-lo por que todos estavam a fim de
mudá-lo. Como estava iludido.
Sabe,
quando se via um Bel-Air 57 navegando pela rua com sua beleza e imponência não lembrávamos
que queríamos uma igualdade, mas queríamos ter um daqueles, com duas cores e
com toda a potência de um motor Roquete V-8.
As
casas da Mooca, onde os imigrantes italianos trouxeram a sua arquitetura e
transformaram com carinho e muito amor em uma casa doce, singela e ingênua que
sempre guardou um jardim, um oratório de uma santa ou santo da casa, com uma
varanda abrindo caminho para a sala de visita ou jantar que a visita
carinhosamente era encaminhada.
As
indústrias que ao alvorecer alertavam a população que o dia começava apitando e
que contavam uma história de progresso e desenvolvimento onde no lusco-fusco
matutino se encontrava aquele trabalhador com o paletó surrado, de velhos hábitos
de uma sociedade patriarcal, caminhando apressadamente para seu posto de
trabalho com o objetivo de cumprir sua obrigação com a sua família, sendo o
provedor que todos esperavam que ele fosse.
O
colégio que tocava a sineta para alertar que tínhamos que forma fila ou quando
supostamente mais jovenzinhos, saiamos em uma balada desenfreada “aglutinatória”
tentando, todos os “trocentos” alunos, passar por uma porta, que apesar de
dupla, não comportava o volume de massa humana tentando transpassá-la, onde aprenderíamos
as vitórias e as derrotas da nossa inteligência.
E
as garotas, as garotas, de todos os tamanhos e formas, loiras ruiva, morenas,
mulatas, jambo, sensuais, lindas, não tão lindas, inteligentes, ternas,
maravilhosas, amigas e tantas outras adjetivação que não creio que minha
criatividade inventiva possa dar conta de todo esse troféu que essas garotas
foram para o imaginário masculino.
Sonhamos,
desejamos, almejamos, tentamos, conseguimos, outras nem tanto, mas o mais
importante é que aprendemos muito com elas.
Hoje
passados 61 anos ainda choro e vibro com as músicas dos Beatles. Não mudamos o
mundo como queríamos, mas ele mudou. Ainda combatemos o preconceito, mas mais gente
aceita que devemos combatê-la.
A
ecologia surgiu de forma ampla saindo do seu confinamento de redutos elitistas
e hoje mais gente compreende a necessidade de se ter um equilíbrio entre clima,
plantas animais e o homem para que todos possam viver mais e encontrar novos
caminhos para a cura de nossos males, apesar do dinheiro ainda comandar a vida
de todos.
Este
foi o mundo que não mudou, ainda sofremos com corrupção, abuso de poder,
manipulações das leis e normas vigentes, desrespeito às mesmas leis por quem as
fez como se fosse algo apenas de ser seguido pela massa ignara da população sem
poder ou poder remediado.
O
comunismo não vingou, caiu. O Capitalismo ainda segue forte pela nossa
incapacidade de sermos honestos e assim competimos para nos colocarmos no
melhor lugar para assistir o espetáculo da terra.
Mas
eu ainda estou por aqui e agradeço cada uma desses segundos de vida que vivi,
pois mudei, alterei o meu comportamento e esta é a única mudança que a vida
aceita, a individual, pois quanto mais gente se modifica, mais há e se realiza
a mudança na sociedade em que vivemos.
Agradeço
por estar aqui vivendo e aprendendo tudo que posso aprender, seja pela
limitação que possa ter, ou pela dificuldade que possa sofrer, pois isso me
torna forte e mas confiante na bondade de Deus, apesar do PT.
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