segunda-feira, 7 de julho de 2014

Vou-me embora para Bruzundanga

UM ARTIGO DE MARCO ANTONIO VILLA






O Brasil é um país fantástico. Nulidades são transformadas em gênios da noite para o dia. Uma eficaz máquina de propaganda faz milagres. Temos, ao longo da nossa História, diversos exemplos. O mais recente é Dilma Rousseff.
Surgiu no mundo político brasileiro há uma década. Durante o regime militar militou em grupos de luta armada, mas não se destacou entre as lideranças. Fez política no Rio Grande do Sul exercendo funções pouco expressivas. Tentou fazer pós graduação em Economia na Unicamp, mas acabou fracassando, não conseguiu sequer fazer um simples exame de qualificação de mestrado. Mesmo assim, durante anos foi apresentada como "doutora" em Economia. Quis aventurar-se no mundo de negócios, mas também malogrou. Abriu em Porto Alegre uma lojinha de mercadorias populares, conhecidas como "de 1,99". Não deu certo. Teve logo de fechar as portas.
Caminharia para a obscuridade se vivesse num país politicamente sério. Porém, para sorte dela, nasceu no Brasil. E depois de tantos fracassos acabou premiada: Virou ministra de Minas e Energia. Lula disse que ficou impressionado porque numa reunião ela compareceu munida de um laptop. Ainda mais: apresentou um enorme volume de dados que, apesar de incompreensíveis, impressionaram favoravelmente o presidente eleito.
Foi nesse cenário, digno de O Homem que Sabia Javanês, que Dilma passou pouco mais de dois anos no Ministério de Minas e Energia. Deixou como marca um absoluto vazio. Nada fez digno de registro. Mas novamente foi promovida. Chegou à chefia da Casa Civil após a queda de José Dirceu, abatido pelo escândalo do mensalão. Cabe novamente a pergunta: por quê? Para o projeto continuísta do PT a figura anódina de Dilma Rousseff caiu como uma luva. Mesmo não deixando em um quinquênio uma marca administrativa, um projeto, uma ideia, foi alçada a sucessora de Lula.
Nesse momento, quando foi definida como a futura ocupante da cadeira presidencial, é que foi desenhado o figurino de gestora eficiente, de profunda conhecedora de economia e do Brasil, de uma técnica exemplar, durona, implacável e desinteressada de política. Como deveria ser uma presidente, a primeira no imaginário popular.
Deve ser reconhecido que os petistas são eficientes. A tarefa foi dura, muito dura. Dilma passou por uma cirurgia plástica, considerada essencial para, como disseram à época, dar um ar mais sereno e simpático à então candidata. Foi transformada em "mãe do PAC". Acompanhou Lula por todo o País. Para ela e só para ela a campanha eleitoral começou em 2008.Cada ato do governo foi motivo para um evento público, sempre transformado em comício e com ampla cobertura da imprensa. Seu criador foi apresentando homeopaticamente as qualidades da criatura ao eleitorado. Mas a enorme dificuldade de comunicação de Dilma acabou obrigando o criador a ser o seu tradutor, falando em nome dela e violando abertamente a legislação eleitoral.
Com base numa ampla aliança eleitoral e no uso descarado da máquina governamental, venceu a eleição. Foi recebida com enorme boa vontade pela imprensa. A fábula da gestora eficiente, da administradora cuidadosa e da chefe implacável durante meses foi sendo repetida. Seu figurino recebeu o reforço, mais que necessário, de combatente da corrupção. Também pudera: Não há, na História republicana, nenhum caso de um presidente que, em dois anos de mandato, tenha sido obrigado a demitir tantos ministros acusados de atos lesivos ao interesse público.
Com o esgotamento do modelo de desenvolvimento criado no final do século 20 e um quadro econômico internacional extremamente complexo, a presidente teve de começar a viver no mundo real. E aí a figuração começou a mostrar suas fraquezas. O crescimento do produto interno bruto (PIB) de 7,5% de 2010, que foi um componente importante para a vitória eleitoral, logo não passou de uma recordação. Independentemente da ilusão do índice (em 2009 o crescimento foi negativo: -0,7%),apesar de todos os artifícios utilizados, em 2011 o crescimento foi de apenas 2,7%. Mas para piorar, tudo indica que em 2012 não tenha passado de 1%.Foi o pior biênio dos tempos contemporâneos, só ficando à frente, na América do Sul, do Paraguai. A desindustrialização aprofundou-se de tal forma que em 2012 o setor cresceu negativamente: -2,1%. O saldo da balança comercial caiu 35% em relação à 2011, o pior desempenho dos últimos dez anos e, em janeiro deste ano teve o maior saldo negativo em 24 anos. A inflação dá claros sinais de que está fugindo do controle. E a dívida pública federal disparou - chegou a R$ 2 trilhões.
As promessas eleitorais de 2010 nunca se materializaram. Os milhares de creches desmancharam-se no ar. O programa habitacional ficou notabilizado por acusações de corrupção. As obras de infraestrutura estão atrasadas e superfaturadas. Os bancos e empresas estatais transformaram-se em meros instrumentos políticos a Petrobrás é a mais afetada pelo desvario dilmista.
Não há contabilidade criativa suficiente para esconder o óbvio: o governo Dilma Rousseff é um fracasso. E pusilânime: abre o baú e recoloca velhas propostas como novos instrumentos de política econômica. É uma confissão de que não consegue pensar com originalidade. Nesse ritmo, logo veremos o ministro Guido Mantega anunciar uma grande novidade para combater o aumento dos preços dos alimentos - a criação da Sunab.
Ah, o Brasil ainda vai cumprir seu ideal: ser uma grande Bruzundanga. Lá, na cruel ironia de Lima Barreto, a Constituição estabelecia que o presidente "devia unicamente saber ler e escrever; que nunca tivesse mostrado ou procurado mostrar que tinha alguma inteligência; que não tivesse vontade própria; que fosse, enfim, de uma mediocridade total".


http://www.estadao.com.br/noticias/geral,vou-me-embora-pra-bruzundanga,995210

ADENDO: Poderia ter escrito sobre o assunto, mas com toda a certeza não teria a mesma verve que um grande Historiador como ele poderia expor. Assim preferi dar espaço a uma bela critica para ao menos poder divulgar alguma verdade de alguém que acompanha de perto a nossa história. Então, aproveitem.











sábado, 5 de julho de 2014

Compostagem ou Reciclagem?






        Infelizmente, não existe uma política de responsabilidade e muito menos de estado. Assim vivemos constantemente com absurdos como esse, de compostagem doméstica.
        Atualmente muitas pessoas em São Paulo tem uma vida atribulada e assim trabalham e se ocupam disso praticamente o dia todo, além é claro de perder mais de 3 horas por dia em condução.
        Se fizermos um cálculo básico sobre isso, teremos aproximadamente 12 horas que uma pessoa fica distante de casa. Se pensarmos que em média dormimos 8 horas, sobram para cuidar da casa, fazer janta, lavar roupa, passar roupa e relaxar na frente da TV.
Estou fazendo essa suposição, pois muitas mulheres trabalham como seu marido, outras são divorciadas e vivem suas vidas corridas principalmente se tiver filhos, assim a indústria de comida pronta agradece e se desenvolve plenamente em um enorme centro como o paulistano.
        Neste sentido teremos muito mais embalagens jogadas fora no lixo que mero resto de maçã no cesto de lixo. Notem que há dependendo da região paulistana o lixo reciclável será muito superior ao detrito orgânico.
        Além disso, o detrito orgânico causa mal odor, pode ser que um só dos vizinhos fazendo isso possa ser insignificante, mas imagine um bairro todo fazendo isso. Creio que teremos novamente a Usina de compostagem da Rua Guaipá sendo reativada ou então do Matarazzo na entrada da Ibitirama na cidade de São Caetano voltando a produzir seu sal de Enxofre.
        Obviamente isso pode ser uma solução para a periferia de São Paulo, com isso teremos o pessoal, se quiserem trabalhar e não ficar varrendo com suas reivindicações nas zonas nobres da cidade, terão meios de uma alimentação mais saudável além de economizar na feira.
        Mas uma das grandes diferenças é que a zona central de São Paulo, ie, o centro expandido, o pessoal tem mais consciência política e responsabilidade quanto à reciclagem que o pessoal da periferia, mas não tem tempo para ficar lixo reciclável em seu carro para lixeiras especiais se é que em São Paulo isso existe. Em São Bernardo tinha.
        Então como o reciclável ocupa mais lugar pelo volume que ocupa e não ser uma coisa rapidamente consumida e transformada pela natureza, nós teremos lixões de reciclados e a aparência de um ferro velho e não de uma colina com grama com um aspecto mais agradável ao olhar.
        Bom esse tipo de política deve ser muito mais ampla que mera colocação desesperada de políticos que só visão ganhar eleições e não solucionar os problemas de crescimento populacional de uma cidade como São Paulo.
        Não sei informar como o projeto de reciclagem em São Bernardo vem se desenvolvendo, pois estava em fase de teste e com poucos bairros, onde um caminhão passava um dia por semana recolhendo todo o reciclável que a vizinhança considerava e colocava para ser levado. Para mim o volume de lixo reduziu drasticamente no sentido de número de sacos plásticos apenas com os detritos orgânicos.
        Não sei também dizer do motivo de em São Paulo foi tentado realizar algum processo de separação de lixo, mas nada surtiu resultado, não sei se por questões de mudança de prefeito ou se realmente há algum problema de novos hábitos dentro da população.
        Além disso, a maioria da população da cidade se encontra na área central com inúmeros prédios de apartamentos onde a concentração de pessoas se torna muito superior à periferia da cidade. Com isso o lixo reciclável se torna muito mais agressivo à natureza pelo volume do que um lixo orgânico que se transforma em húmus e fomenta a adubagem da terra onde foi depositado.
        Assim essa política de compostagem além de burro é incapaz de resolver o problema do lixo na cidade como também o pagamento de drogados para serem retirados de uma área que as construtoras estão muito interessadas em reavivar e ganhar muito dinheiro e nós pagamos tudo, sejam as ações do Serra-Kassab ou agora com o poste do Lulla o senhor sumidade Haddad, que não conseguiu fazer um ENEM sem que a prova vaza-se para a mão de alguém doido para dar a taxa de sucesso.
        Infelizmente áreas prioritárias dessa nação não tem uma política de Estado, como em Saúde, Educação e Segurança, ao meu modo de ver a nível federal e assim descendo aos outros níveis. No caso da prefeitura a política de estado tem que ser voltada aos principais problemas da cidade como transporte, lixo, fiscalização e talvez outras áreas que possam ser uma prioridade para o município. Obviamente em “xiririca da serra” a prioridade deve ser outra, mas São Paulo lixo e transporte são sempre prioridades e assim mereceriam uma política de Estado.
        O que quer dizer política de Estado: Uma política imutável ou ao menos não dependente de um partido ou outro ao entrar no poder e ter seu gerenciamento com o objetivo final a ser atingido, sem mudar o método, mas aperfeiçoando, ie, quer dizer promover mudanças comprovadamente eficazes no país e não necessariamente importadas, sem alterar a estrutura principal, mas situações especificam do processo total. Desta forma reduz-se a corrupção na área e se tem tempo de testar a proposta em uso sem que seja interrompida com uma nova administração. Sempre que há uma mudança de estruturação política de uma área se cria uma nova porta dos fundos para que assim possam ter meios de corromper ou aliviar com manobras administrativas o roubo e tornando-o legal como a compra de votos pelo PT com o bolsa-esmola.

        Por isso essa politicalha de compostagem é medíocre e ineficiente, já que não irá resolver o problema de São Paulo.