quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A contradição do ensino brasileiro



         Como já disse o ideal é divisar os alunos e criar classes onde cada qual se desenvolve conforme a sua aptidão e capacidade.
        Muitos não aceitam isso, por que cria uma polêmica entre os superiores e os inferiores, gerando o preconceito e a disputa entre os alunos pelo seu diferencial, o que hoje chamam de Bullying, mas que sempre existiu pelo preconceito de grupo ou de inveja explicita.
        Falar de preconceito não é bem o objetivo disso, mas foi uma coisa gerada pela opressão social e dos circuitos religiosos, pela própria incapacidade de gerar uma explicação realista ao fato, assim gerando a separação entre os homens, o que já é natural pelo instinto, e gerando a violência entre eles seja física ou psicológica, como se vê atualmente os negros fazerem contra os brancos, não se tornando diferentes em nada dos brancos preconceituosos que tanto combatem.
        Mas o assunto aqui é educação. Essa separação não só permitirá que se criem didáticas diferentes e mais eficientes para cada grupo do que uma obrigatoriedade de todos serem nivelado pelos melhores ou pelos médios, prejudicando grupos sejam os mais propensos a absorver mais, como os que podem absorver menos.
        Somos um povo informal, assim a formalidade da aula nem sempre pode ser um requisito apropriado para se ensinar um monte de crianças que só pensam em se divertir e não vêem uma relevância no que estão aprendendo. Quer dizer, não percebem a utilidade de uma equação de 2º grau na sua capacidade intelectual, já que essa capacidade evolui lentamente como que por doses homeopáticas e só será percebida em uma vida adulta, ou ainda na velhice.
        Além das diferenças nítidas da capacidade de aprendizagem, ainda há a competitividade natural como um meio de se interessar pelo aprendizado. Seja apenas para “aparecer” ou realmente para realizar algo útil e se projetar comercialmente ou profissionalmente. Esse critério, vejo como o pior deles, pois cria uma sociedade de desiguais onde a arrogância prevalece e a soberba é a melhor arma para colocar alguém que o afronta no seu devido lugar, isso gera como uma das reportagens cita, um número maior de suicídios do que homicídios.
        Uma coisa que temos que compreender é que não somos um país competitivo, no sentido de sermos melhores em inteligência, mas em esportes, ou talvez em um esporte, o futebol, e mesmo assim não conquistamos ainda o título maior das Olimpíadas no futebol.
        O futebol é uma característica do nosso povo por ser uma diversão para quem joga, como muito bem disse o Garrincha, que se divertia em enganar os gringos, com seus dribles desconcertantes. Ele se divertia fazendo isso, mostrando a sua simplicidade e seu talento nato de realizar a ilusão no adversário, apesar de sua cultura formal ser péssima.
        Com isso já se demonstra que estamos errados na forma como lidamos com o grupo de alunos que se apresentam para realizar o seu aprendizado.
        Se iniciarmos com três critérios simples de divisão onde os superiores, onde o nome para a definição deverá ser mais simples e definir outra característica, para não gerar uma divisão de classes, seria uma forma inteligente de abordar essa divisão. Os medianos e os inferiores, seria interessante para definir suas necessidades de aprendizagem e como lidar com cara grupo e desta forma poder gerar pedagogias que permitam no final do ensino médio todos terem praticamente a mesma capacidade, não nivelada por baixo, mas por cima.
        Agora se for para manter a mesma estrutura didática para os três grupos, não se deve de forma alguma dividi-los, afinal a coisa já está assim.
        A idéia seria perceber quais as formas didáticas funcionam melhor para cada grupo. Com toda a certeza o interesse do grupo A, será distinto do grupo B, como também do C com alguns pontos de convergência.
        Percebam que hoje existem telefones celulares com aplicativos os mais infames e desnecessários dependendo da pessoa que o utiliza. Para mim, pelo tipo de vida que tenho, o celular deve ser um celular em primeiro lugar e em segundo uma boa câmera fotográfica com capacidade de filmar e acabou. Isso atende a minha necessidade. Para outras pessoas deve ter internet, deve ter joguinhos, deve ser rádio, deve ter os sites pornográficos do momento e as melhores boate ou casas de diversão, sei lá o nome que dão hoje, com o seu visual para definir qual delas ir pela animação. Não é o meu caso.  
        Se isso acontece no mercado com a diversificação de produtos da mesma função, por que isso não se dá também ao aluno com uma forma de aprendizado que lhe agrade?
        Essa forma, além de gerar um enorme estudo, o que os pedagogos ficam perdendo tempo com “lugubração” mental, sem entender o todo, mas o particular e realmente partir para uma forma típica e nacional para lidar com o ensino, ficam chupando idéias de outros países com culturas distintas da nossa fazendo adaptações para a nossa cultura, mas que não nos representa. O mais irônico disso tudo é como a pedagogia vem tentando resolver o problema como um todo com um método único, e os inúmeros métodos criados, com toda a certeza já devemos ter os estudos voltado para cada grupo, só falta encontrá-los e defini-los para que grupo se adaptariam melhor.
        Obviamente teremos que ter professores mis alegres e menos ranzinza, mas isso é coisa que se deve aprender e assim deve ser ensinado e talvez esse seja a melhor forma de mudar gradualmente a visão do ensino, dando aos mestres que são as pessoas mais importantes depois dos pais para uma vida futura SATISFATÓRIA, não necessariamente de sucesso ou de ídolo, mas satisfatória com uma profissão que ele tenha HABILIDADE EM EXERCER, do que mofar do lado de um torno como poderia ter acontecido ao Lulla (o que não teria sido ruim se ele nunca tivesse sido presidente).
        Agora esse treinamento dos mestres poderia ocorrer como um psicodrama, um teatro com representações, mas que o possibilite observar a si e alterar seu comportamento futuro e assim melhorar a sua qualidade de ensinar.
        Perceba que o número de pessoas que devem ser professores para atender as necessidades da população é enorme e se não lapidarmos eficientemente esse pessoal teremos sempre problemas em ensinar as crianças do país.
Como isso tem um volume enorme há a necessidade da sociedade se envolver e fazer com que se realizem essas mudanças, eliminando pela eficiência de ensino a repetência, o que aumenta o custo do Estado, como ampliar a capacidade de interpretação dos alunos sobre a matéria. E assim podermos deixar de fazermos isso que hoje se chama de ENEM, mas que não passa de um mega vestibular e não eliminou o problema que é o cursinho, além de deslocar alunos para distâncias enormes com custo astronômicos para se manter. Há a necessidade de gerar um sistema mais humano e calcado em outros valores além e tão somente em um exame que “lugubra” com questões típicas de doutorado ou de profissionais de anos de trabalho na função. Ridículo. A nota deve ser um fator importante, mas a capacidade individual de cada um e seus talentos também devem ser avaliados e computados para poder valer em uma colocação de faculdade.
Não adianta criticar, precisa-se de uma ação política e objetiva para tratar o ensino como uma arma do futuro, atendendo a suas necessidades como uma política nacional de defesa e como objetivo nacional e nunca como um objetivo partidário ou algo que se vendeu em uma campanha publicitária como a solução do ensino, e para isso temos que ter coragem, o que muitos dos revolucionários que hoje comandam o país demonstram não ter como no caso do Genoino, muito típico da dissertação que o Bolsonaro fez dele no congresso. Lamentável. Isso sem falar dos governo estaduais que fazem que não vêem pela forte ação dos interesses e lobbies da educação que comandam essa baderna.